quinta-feira, 30 de junho de 2011

Norberto Rauch

Reitor por 26 anos, Rauch transformou a PUCRS em um centro de excelência.

Considerado o decano dos reitores brasileiros, Norberto Rauch dirigiu a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) de 1978 a 2004. Morreu na madrugada da segunda-feira, 27 de junho, aos 82 anos. Empreendedor, com visão de futuro e obstinado, o irmão marista transformou a Universidade num centro de excelência no ensino, pesquisa e extensão. Com base no impulso inicial dado por Ir. José Otão na Reitoria, com quem conviveu e trabalhou por 20 anos, Rauch foi o idealizador e, com suas equipes, iniciou obras como o Museu de Ciências e Tecnologia (MCT), o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), hoje reunindo 60 empresas que geram três mil empregos, e o Parque Esportivo, do qual fazem parte o Estádio Universitário, de dimensões oficiais, e uma piscina olímpica.

        Ao deixar a Reitoria, muito mais do que as grandiosas iniciativas que concretizou, Rauch destacou a política de recursos humanos. Uma das marcas de sua gestão foi o Programa Mil para o Ano 2000, que pretendia formar mil mestres e doutores, uma exigência do Ministério da Educação visando à qualificação do corpo docente. Em 2004, a Universidade tinha 883 professores com mestrado e, em 1990, 401; e, com doutorado, 607 ante 113, quando o programa começou. O Reitor buscou aumentar o número de professores em regime de tempo integral e incentivar a qualificação dos técnicos administrativos. Também foram oferecidos planos de saúde e de benefícios previdenciários.

        Natural de Santa Cruz do Sul, Rauch ingressou no Instituto dos Irmãos Maristas na adolescência. Viu a Universidade nascer (foi aluno do Bacharelado em Matemática e da Licenciatura em Física, nos anos 1950). Quando assumiu o cargo, em dezembro de 1978, havia dirigido o Instituto de Física (hoje Faculdade) por seis anos e presidido a União Sul Brasileira de Educação e Ensino, mantenedora da PUCRS, de 1975 a 1977.

        As premiações e distinções recebidas demonstram o apreço da sociedade por seu trabalho. O ex-Reitor foi agraciado com a Medalha do Conhecimento, oferecida em 2004 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Confederação Nacional da Indústria e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A indicação coube à Federasul por sua contribuição ao desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira. O governo do Estado conferiu no mesmo ano a Rauch a Medalha Negrinho do Pastoreio, uma das comendas mais importantes do Rio Grande do Sul, em homenagem aos serviços prestados à comunidade. Outra importante honraria do Executivo estadual entregue a ele foi a Ordem do Ponche Verde, em 1997. Da Assembleia Legislativa, recebeu, dez anos depois, a Medalha Mérito Farroupilha. Torcedor do Grêmio, apreciava livros, música e cinema.

Natural de Santa Cruz do Sul/RS, Rauch falava em alemão com seus familiares e mostrava interesse pelas ciências exatas. Apreciador de gaita de boca, ele dominava o instrumento, indo depois aprender violino, órgão e outros instrumentos. Outras paixões que o ex-reitor tinha eram os livros, o cinema e o grêmio.

A despedida dessa personalidade que liderou a transformação da PUCRS deu-se no dia 27 de junho. O velório foi realizado na Igreja Cristo Mestre, mais uma contribuição de Rauch à PUCRS. Às 16h foi realizada uma missa de corpo presente, que contou com a presença de familiares, amigos, colegas e admiradores de Rauch. O sepultamento foi efetivado no Complexo Marista Nossa Senhora das Graças, em Viamão. 




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